A organização britânica
Institution of Mechanical Engineers (IMechE) lançou recentemente o relatório
Global Food; Waste not, Want not (Alimentos Globais; Não Desperdice, Não
Queira). O documento aponta que dos cerca de quatro bilhões de toneladas de
alimentos produzidos anualmente no mundo, dois bilhões vão para o lixo. A
instituição pontuou alguns motivos para esta realidade, tais como as condições
inadequadas de armazenamento e a adoção de prazos de validade demasiadamente
rigorosos.
De acordo
com o relatório, o desperdício de alimentos causa impactos diretos em recursos
utilizados durante sua produção, como nas áreas para agricultura, na água e na
energia. Os recursos hídricos, por exemplo, estão sendo disperdiçados em
aproximadamente 550 bilhões de metros cúbicos.
Caso a
situação se agrave, o consumo de água no mundo chegará a até 13 trilhões de
metros cúbicos por ano em 2050 devido ao crescimento da demanda para produção
de alimentos. Isso representa até 3,5 vezes o total de água consumido
atualmente pela humanidade e gera o temor de mais escassez do recurso no
futuro.
O
documento utilizou a projeção da ONU que prevê que, até 2075, a população
mundial deva chegar a 9,5 bilhões de pessoas, no sentido de alertar a
necessidade de adotar uma estratégia para combater o desperdício de alimentos.
"As
razões desta situação variam das técnicas insatisfatórias de engenharia e agricultura
à infraestrutura inadequada de transporte e armazenamento, passando pela
exigência feita pelos supermercados de que os produtos sejam visualmente
perfeitos e pelas promoções de 'compre um, leve outro grátis', que incentivam
os consumidores a levar para casa mais do que precisam", destacou à BBC
Brasil, o diretor de energia e meio ambiente da IMechE, Tim Fox.
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